Zapeando pela time line do Facebook li um texto que me fez refletir sobre uma questão que me deixou inquieto: como a sociedade baiana conseguiu cercear o meu direito de acesso às informações, produções ou a história da população negra?
Muitos dirão que trata-se de um exagero, o mesmo um absurdo tal questionamento visto que estamos falando de um estado eminentemente marcado por uma cultura negra e sempre foi exposta nas escolas ou teatros desse território nordestino. Porém, o problema central aqui está no enfoque! Sempre me apresentaram a história de sofrimento marcada pela exploração do povo negro, a cultura afro-brasileira grifada pela culinária, dança, luta ou religião. Nunca me apresentaram os heróis.
Daí me deparo com a síntese da história de Abdias do Nascimento, um ícone da sociedade brasileira que não foi e não é apresentado ao povo baiano com a grandeza necessária. Leiam o trecho retirado do perfil de uma amiga e que me fez refletir.
“Autoria: @potenciasnegras
Você já ouviu falar do Teatro Experimental do Negro (TEN), do Museu da Arte Negra (MAN) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO)? Pois essas são apenas algumas das iniciativas desenvolvidas por Abdias do Nascimento, um dos maiores ícones do movimento negro do Brasil e que se tornou uma referência internacional da luta pelos direitos humanos.
As ações desenvolvidas por Abdias do Nascimento nos mostram a necessidade de darmos continuidade ao legado de nossos mais velhos. E como exemplo temos o Teatro Experimental do Negro – TEN, que nasce a partir de uma inquietação de Abdias ao perceber a ausência de pessoas negras no mundo das artes. Não existe companhia de teatro negra no Brasil que não tenha bebido desta fonte.
Abdias também ocupou cargos na vida política partidária. Foi deputado federal de 1983 a 1987 e senador da República de 1997 a 1999 pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT, assumindo a vaga após a morte de Darcy Ribeiro.
Para quem quer conhecer um pouco da obra bibliográfica de Abdias do Nascimento, sugerimos:
O Genocídio do Negro Brasileiro (1978), O Quilombismo (1980), O Negro Revoltado (1982), Orixás: Os Deuses vivos da África (1995). Abdias do Nascimento (*14 de março de 1914 + 23 de maio de 2011).“
Por mais esclarecimento sobre o povo negro em nossas vidas.